07/04/2015




A humanidade presenciou três Revoluções Industriais que ocorreram em diferentes períodos durante a história. Além dessas três Revoluções, a sociedade em todo mundo já testemunhou outros tipos e/ou modelos de industrialização, cada um deles acontecendo em lugares diferentes. Tais modelos variavam conforme o grau de desenvolvimento e domínio geopolítico do país.

O processo de industrialização ocorreu, primeiramente, nos países desenvolvidos e, por último, nos países considerados subdesenvolvidos e emergentes, como no caso do Brasil, iniciando seu desenvolvimento a partir da segunda metade do século XX. Tal processo de desenvolvimento industrial ocorrido nestes últimos países foi denominado de Industrialização Tardia ou Periférica.


- Industrialização Tardia no Brasil

Quando falamos em Industrialização no Brasil devemos ressaltar que este processo não ocorreu em escala nacional, uma vez que a primeira região a se desenvolver industrialmente foi a Região Sudeste. O início desse processo no Brasil ocorreu ainda nas primeiras décadas de 30, momentos após a Crise de 1929.

Neste período a economia brasileira estava atrelada a produção cafeeira e aos capitais derivados dela. O café brasileiro era de grande importância econômica, pois era o único produto brasileiro de exportação.

A crise mundial mostrou como a economia do país era frágil e também serviu como aviso de que o país necessitava desesperadamente diversificar sua produção.

Com a crise, os produtores de café buscaram por novas alternativas de produção, e, desta maneira, varias das tecnologias e infraestruturas utilizadas na produção e transporte do café começaram a ser utilizadas para a produção industrial.


- Era Vargas e Desenvolvimento Industrial





Foi somente com o governo de Getúlio Vargas (1930-1945), que o processo de industrialização foi devidamente efetivado, ganhando grande impulso e sendo o eixo norteador de discussões políticas e econômicas.

Vargas efetivou a industrialização do país privilegiando as indústrias nacionais, para que deste modo, o país não caísse em dependência externa. Com a criação de leis voltadas para a regulamentação trabalhista, investimentos em infraestrutura e medidas protecionistas de governo, as indústrias nacionais cresceram significativamente durante as décadas de 30 e 40. Mas este desenvolvimento ficou restrito aos grandes centros urbanos da Região Sudeste, provocando uma grande disparidade regional.

Nesta época, a indústria nacional também se beneficiou com o final da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), pois, os países europeus, estavam arrasados depois do conflito e suas atividades industriais eram quase nulas, necessitando importar produtos industrializados de outros países, entre eles o Brasil.

Vargas ainda construiu a Usina de Volta Redonda no Rio de Janeiro como também as construções da Companhia Vale do Rio Doce, destinadas a exploração de minério de ferro na região de Minas Gerais. Outro exemplo da política varguista foi a criação da Petrobrás, dando grande impulso no desenvolvimento de industriais ligadas a produção de gêneros derivados do petróleo (borracha sintética, tintas, plásticos, fertilizantes). Além disso, Getúlio criou as leis trabalhistas e organizou o crescimento das indústrias por meio da CLT – Consolidação das Leis do Trabalho.


- Período JK




Foi com o lema “Cinquenta anos de progresso em cinco anos de governo”, que Juscelino Kubitschek iniciou o seu mandato e entrou para a história brasileira com um modelo de gestão diferenciado, conseguindo dar novos rumos e feições a Economia do Brasil.

Durante o governo de JK (1956 – 1961) o crescimento industrial ganhou maior dimensão com a criação do Plano de Metas, o qual incentivou a produção e desenvolvimento industrial e criou medidas alfandegárias, abrindo portas para a desnacionalização e aumentando a influência das multinacionais e do capital internacional na economia brasileira. Foi nessa época que empresas de automóveis como a Ford, General Motors, Volkswagen e Willys se instalaram no país.

Tal política concentrava suas atenções em investimentos na área de transporte e energia, sendo denominada de política nacional-desenvolvimentista.

Embora seu mandato tenha iniciado com grandes avanços na área da economia, seu Plano de Metas arriscou a dependência econômica brasileira e foi responsável pelo surgimento de uma dívida externa que percorreria muitos anos.

Concluímos então, que foram por meio de medidas políticas tomadas no governo de Getúlio Vargas e de Juscelino Kubitschek que o processo de industrialização no Brasil foi devidamente efetivado, dando vida própria as indústrias nacionais e alavancando a economia do país.


FONTES:
Aulas de Geografia
Brasil Escola - Industrialização Brasileira
Brasil Escola - Industrialização do Brasil
Sua Pesquisa - Industrialização Brasileira

Um comentário:

  1. Post muito bom, faltou falar do milagre econômico na ditadura militar (na minha opinião seria interessante para completar a industrialização brasileira). Em suma, post muito bom monstrão!!

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