A
humanidade presenciou três Revoluções Industriais que ocorreram em diferentes
períodos durante a história. Além dessas três Revoluções, a sociedade em todo
mundo já testemunhou outros tipos e/ou modelos de industrialização, cada um
deles acontecendo em lugares diferentes. Tais modelos variavam conforme o grau
de desenvolvimento e domínio geopolítico do país.
O
processo de industrialização ocorreu, primeiramente, nos países desenvolvidos
e, por último, nos países considerados subdesenvolvidos e emergentes, como no
caso do Brasil, iniciando seu desenvolvimento a partir da segunda metade do
século XX. Tal processo de desenvolvimento industrial ocorrido nestes últimos
países foi denominado de Industrialização Tardia ou Periférica.
- Industrialização
Tardia no Brasil
Quando
falamos em Industrialização no Brasil devemos ressaltar que este processo não
ocorreu em escala nacional, uma vez que a primeira região a se desenvolver
industrialmente foi a Região Sudeste. O início desse processo no Brasil ocorreu
ainda nas primeiras décadas de 30, momentos após a Crise de 1929.
Neste
período a economia brasileira estava atrelada a produção cafeeira e aos
capitais derivados dela. O café brasileiro era de grande importância econômica,
pois era o único produto brasileiro de exportação.
A
crise mundial mostrou como a economia do país era frágil e também serviu como aviso
de que o país necessitava desesperadamente diversificar sua produção.
Com
a crise, os produtores de café buscaram por novas alternativas de produção, e,
desta maneira, varias das tecnologias e infraestruturas utilizadas na produção
e transporte do café começaram a ser utilizadas para a produção industrial.
Foi
somente com o governo de Getúlio Vargas (1930-1945), que o processo de
industrialização foi devidamente efetivado, ganhando grande impulso e sendo o
eixo norteador de discussões políticas e econômicas.
Vargas
efetivou a industrialização do país privilegiando as indústrias nacionais, para
que deste modo, o país não caísse em dependência externa. Com a criação de leis
voltadas para a regulamentação trabalhista, investimentos em infraestrutura e
medidas protecionistas de governo, as indústrias nacionais cresceram
significativamente durante as décadas de 30 e 40. Mas este desenvolvimento
ficou restrito aos grandes centros urbanos da Região Sudeste, provocando uma
grande disparidade regional.
Nesta
época, a indústria nacional também se beneficiou com o final da Segunda Guerra
Mundial (1939-1945), pois, os países europeus, estavam arrasados depois do
conflito e suas atividades industriais eram quase nulas, necessitando importar
produtos industrializados de outros países, entre eles o Brasil.
Vargas
ainda construiu a Usina de Volta Redonda no Rio de Janeiro como também as
construções da Companhia Vale do Rio Doce, destinadas a exploração de minério
de ferro na região de Minas Gerais. Outro exemplo da política varguista foi a
criação da Petrobrás, dando grande impulso no desenvolvimento de industriais ligadas
a produção de gêneros derivados do petróleo (borracha sintética, tintas,
plásticos, fertilizantes). Além disso, Getúlio criou as leis trabalhistas e
organizou o crescimento das indústrias por meio da CLT – Consolidação das Leis
do Trabalho.
Foi
com o lema “Cinquenta anos de progresso em cinco anos de governo”, que
Juscelino Kubitschek iniciou o seu mandato e entrou para a história brasileira
com um modelo de gestão diferenciado, conseguindo dar novos rumos e feições a
Economia do Brasil.
Durante
o governo de JK (1956 – 1961) o crescimento industrial ganhou maior dimensão
com a criação do Plano de Metas, o
qual incentivou a produção e desenvolvimento industrial e criou medidas
alfandegárias, abrindo portas para a desnacionalização e aumentando a
influência das multinacionais e do capital internacional na economia
brasileira. Foi nessa época que empresas de automóveis como a Ford, General
Motors, Volkswagen e Willys se instalaram no país.
Tal
política concentrava suas atenções em investimentos na área de transporte e
energia, sendo denominada de política nacional-desenvolvimentista.
Embora
seu mandato tenha iniciado com grandes avanços na área da economia, seu Plano
de Metas arriscou a dependência econômica brasileira e foi responsável pelo
surgimento de uma dívida externa que percorreria muitos anos.
Concluímos
então, que foram por meio de medidas políticas tomadas no governo de Getúlio
Vargas e de Juscelino Kubitschek que o processo de industrialização no Brasil
foi devidamente efetivado, dando vida própria as indústrias nacionais e
alavancando a economia do país.
FONTES:
Aulas de Geografia
Brasil Escola - Industrialização Brasileira
Brasil Escola - Industrialização do Brasil
Sua Pesquisa - Industrialização Brasileira
Post muito bom, faltou falar do milagre econômico na ditadura militar (na minha opinião seria interessante para completar a industrialização brasileira). Em suma, post muito bom monstrão!!
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